Um Natal de Luz

Em uma pequena cidade do interior, onde o tempo parecia desacelerar entre colinas verdes e ruas de terra batida, vivia o casal Elias e Joana.

Um Natal de Luz

Em uma pequena cidade do interior, onde o tempo parecia desacelerar entre colinas verdes e ruas de terra batida, vivia o casal Elias e Joana. Ele, com seus cabelos brancos e passos lentos, tinha o sorriso de quem carrega décadas de sabedoria. Ela, sempre de avental florido, mantinha um brilho no olhar que fazia lembrar a alegria dos tempos de juventude.

Naquele 24 de dezembro, o céu estava limpo e as estrelas pareciam brilhar com mais intensidade, como se celebrassem antecipadamente o nascimento de Cristo. O dia foi simples, como a vida deles costumava ser. Joana cuidou do jardim, enquanto Elias limpava o lampião da varanda, preparando-se para a noite especial.

Ao cair da tarde, eles se arrumaram para o Culto de Natal na pequena igreja da praça. Joana vestiu seu vestido azul, o mesmo que usara por tantos anos em ocasiões especiais, e Elias ajeitou o velho paletó, que carregava o perfume de memórias felizes.

A igreja estava enfeitada com guirlandas de cipreste e pequenas luzes piscando. O coral da comunidade entoava canções natalinas que preenchiam o espaço com um calor único. O pastor, com sua voz serena, relembrou a mensagem de Lucas 2:10-11: “E o anjo lhes disse: Não temais; eis que vos trago boas-novas de grande alegria, que será para todo o povo. Pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor.”

Elias e Joana ouviram atentos, de mãos dadas, sentindo seus corações aquecidos pela certeza de que, mesmo em sua simplicidade, o verdadeiro significado do Natal estava vivo em suas vidas.

Após o culto, voltaram para casa pela rua iluminada apenas pela luz da lua e das estrelas. A brisa fresca da noite carregava o cheiro de jasmim, enquanto eles conversavam sobre as palavras do pastor e as lembranças de Natais passados.

De volta à casinha, Joana preparou a mesa com cuidado. Não havia banquetes ou extravagâncias, mas um singelo frango assado, arroz com castanhas e uma torta de banana. Elias trouxe a Bíblia, e antes de começarem o jantar, e relembraram juntos a história do nascimento de Jesus.

— Obrigado, Senhor, por nos conceder mais um Natal juntos — orou Elias, emocionado. — Obrigado pelo Teu Filho, que veio ao mundo para nos trazer salvação e esperança.

Após a oração, compartilharam a refeição com um amor que transbordava. Cada garfada parecia ser um brinde à gratidão, cada olhar, uma celebração do que realmente importava.

Depois do jantar, sentaram-se na varanda, onde as luzes da árvore de Natal, pequena e modesta, piscavam suavemente. Joana apoiou a cabeça no ombro de Elias e suspirou.

— Sabe, Elias, talvez a gente não tenha mais os filhos aqui, nem as festas cheias de antigamente, mas o Natal nunca perdeu seu brilho.

— Não, minha Joana, porque o brilho não está no que vemos, mas no que sentimos. E o menino Jesus continua a nascer em nossos corações.

Sob o céu estrelado e envoltos pela paz de sua fé, Elias e Joana encerraram o Natal com a certeza de que o amor e a gratidão eram os maiores presentes que poderiam oferecer e receber.

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