Ontem moço, passos ligeiros,
O horizonte era vasto, sem fronteiras,
Sonhos bordados em estrelas cintilantes,
Esperanças vibravam em cordas errantes.
O tempo era um amigo sem pressa,
A vida dançava em sua leveza,
Cabelos ao vento, sorrisos ao sol,
No peito, um fogo que nunca se acalmou.
Hoje, idoso, os passos são mais lentos,
O horizonte mudou, mas ainda é imenso,
Sonhos antigos, agora são memórias,
Esperanças maduras, cheias de histórias.
O tempo, agora, um sábio professor,
Ensinou-me o valor de cada dor,
Cabelos grisalhos, sorrisos serenos,
No peito, um fogo que arde pequeno.
Ontem, moço, corria em busca de tudo,
Hoje, idoso, encontrei o profundo,
O brilho dos olhos pode ser mais brando,
Mas o coração, ah, segue amando.
O ontem foi belo, o hoje é graça,
Em cada ruga, o tempo se enlaça,
E embora o corpo já não seja tão forte,
A alma se eleva, em paz, até a morte.
Ontem moço, hoje sou idoso,
O ciclo da vida é um passo precioso,
Em cada estação, uma beleza singular,
No fim, apenas amor para levar.
Produção: Núcleo de Produção Poético da Repapi para o Portal Idosonews.com
agosto de 2024