Hebreus 11,13…Estrangeiro e peregrino. Todos estes morreram na fé, sem ter obtido as promessas; vendo-as, porém, de longe, e saudando-as, e confessando que eram estrangeiros e peregrinos sobre a terra. Hebreus 11:13
“Durante quase quatro anos vivi no exterior. Deitado na cama, num quartinho nos fundos de uma casa em Sydney, Austrália, eu via minha mala, em cima do guarda-roupa. Para mim, aquele era o símbolo de que eu não viera para ficar. Parece que a mala me dizia: “Você não é daqui! É um estrangeiro, e logo irá embora!” E eu sabia que não devia me demorar muito por lá”. Disse Robert Simpson.
A sensação de transitoriedade leva o forasteiro a não fazer longos planos para o futuro, principalmente longe de terra de origem. O peregrino por mais que goste do local onde está estabelecido ele não se entrega inteiramente ao local. Procura não criar raízes profundas, porque não apagou da sua mente a terra natal. Mais cedo ou mais tarde vai fazer o caminho de volta. Embora haja o desejo de permanência, de querer se estabelecer, criar raízes.
Queridos.
Como cristãos devemos nos lembrar de Abraão, com relação a nossa vida terrena. A Bíblia diz que “pela fé, peregrinou na terra da promessa como em terra alheia, habitando em tendas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa; porque aguardava a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e edificador” (Hb 11:9,10).
O escritor de hebreus está se referindo aos patriarcas, que buscaram pela fé, uma pátria melhor, infinitamente melhor que a da peregrinação terrena. O povo hebreu foi peregrino e estrangeiro. Cumpriram a promessa feita a Abraão: “Sabe, com certeza, que a tua posteridade será peregrina em terra alheia, e será reduzida à escravidão” (Gn 15:13).
Davi declarou em oração: “Sou forasteiro à Tua presença, peregrino como todos os meus pais o foram” (Sl 39:12). A figura do estrangeiro, do peregrino, aparece em vários textos bíblicos, como símbolo da vida cristã a caminho da Canaã celestial, pois a habitação terrena não é a nossa pátria. A terra é apenas um acampamento. Em Cristo, porém, somos cidadãos do reino de Deus: “Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de Deus” (Ef 2:19).
Queridos. Os patriarcas, com exceção de Enoque, morreram sem ter obtido as promessas. Mas pela fé as vislumbraram de longe. Hoje, nós já podemos vislumbrar e aguardar o cumprimento delas em Cristo Jesus.