Amós não condena o culto em si, mas sua apresentação excludente. O culto em questão excluía os menos favorecidos, revelando um problema central: a injustiça social.
O Culto Genuíno: Uma Chamada à Justiça Social
Queridos. Na época de Amós, a sociedade enfrentava uma situação semelhante à que vivenciamos atualmente; como está registrado no capítulo 5, versos 21 a 24.
Amós, um pastor e cultivador de sicômoros do sul de Técua, foi chamado por Deus para denunciar os desvios e abusos no Reino do Norte. Sua atuação ocorreu durante o reinado de Jeroboão segundo, por volta dos anos 750 a 760 a.C.
No versículo 22, chama a atenção para o termo “animais cevados”, destacando a prática de engordar animais. Contudo, quem possuía os meios para tal não eram a viúva, o órfão, ou o forasteiro.
Amós não condena o culto em si, mas sua apresentação excludente. O culto em questão excluía os menos favorecidos, revelando um problema central: a injustiça social. Paralelamente, podemos encontrar uma reflexão semelhante em Isaías 1, versos 10 a 17.
“Lavai-vos, purificai-vos; tirai de diante dos meus olhos a maldade dos vossos atos; cessai de fazer o mal; aprendei a fazer o bem; buscai a justiça, acabai com a opressão, fazei justiça ao órfão, defendei a causa da viúva.”
A solução proposta por Amós é atender aos pequenos, aos desprezados e marginalizados. Os profetas Amós e Isaías denunciam uma prática abominada por Deus: o culto exterior. Este culto, desprovido de profundidade transformadora, não conduz a novas atitudes de vida.
O Senhor, por meio de Isaías, expressa sua insatisfação com ofertas superficiais e rituais vazios: “De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios? Estou farto dos holocaustos de carneiros e da gordura de animais cevados; não me agrado do sangue de novilhos, nem de cordeiros, nem de bodes… Não posso suportar a iniquidade e o ajuntamento solene! As vossas luas novas, e as vossas festas fixas, a minha alma as aborrece; já me são pesadas; estou cansado de as sofrer.” (Isaías 1, versos 11 a 15).
Queridos. O cerne da crítica divina está na falta de transformação interior refletida em ações justas e na negligência para com os oprimidos. Em vez de ofertas vãs, Deus anseia por um culto que transcenda os rituais externos, alcançando os corações e resultando em práticas que promovam a justiça social. É a chamada para um culto autêntico, no qual a adoração se manifesta não apenas em palavras, mas em ações que refletem o cuidado pelos menos favorecidos. Que assim seja.
Ministração Rev. Pinho Borges