Circula na internet um texto nominado: CIENTIFICAMENTE COMPROVADO.
Por achar interessante resolvemos compartilhar e fazer algumas considerações.
Vamos ao texto: “Os idosos são ridicularizados quando falam demais, mas os médicos veem isso como uma bênção, dizendo que os idosos aposentados deveriam falar mais porque atualmente não há como prevenir a perda de memória. A única maneira é falar e falar, cada vez mais. Existem pelo menos três benefícios para os idosos que falam mais…
Primeiro: Falar ativa o cérebro, pois a linguagem e os pensamentos se comunicam, principalmente quando se fala rápido, isso naturalmente acelera o pensamento e melhora a capacidade de memória. Idosos que não falam têm maior probabilidade de desenvolver perda de memória.
Dois: Falar mais previne doenças mentais e reduz o estresse. Os idosos muitas vezes guardam tudo no coração sem dizer ou desabafar nada, sentem-se sufocados e desconfortáveis. Dar aos idosos a oportunidade de falar mais e ouvir uns aos outros irá ajudá-los a sentirem-se melhor.
Terceiro: A fala exercita os músculos ativos da face, exercita a garganta, aumenta a capacidade dos pulmões e reduz os perigos ocultos da vertigem e da surdez, que freqüentemente prejudicam os olhos e os ouvidos.
Resumindo: como adulto mais velho, a única maneira de prevenir a doença de Alzheimer é conversar ativamente e interagir com o maior número de pessoas possível. Não há outro remédio para isso. Por isso, é recomendado que grupos de amigos mais velhos se reúnam em algum lugar pelo menos uma vez por semana, durante cerca de 2 ou 3 horas, para trocar opiniões e desestressar com um sorriso.
Considerações – O texto apresentado contém algumas informações interessantes, mas há uma mistura de pontos com fundamentos plausíveis e outros que não têm respaldo científico direto. Vou analisar os principais pontos mencionados:
“Falar ativa o cérebro e melhora a memória”: Isso tem fundamento. A comunicação ativa, especialmente em idades avançadas, estimula áreas do cérebro associadas à linguagem, memória e interação social. Atividades como conversar podem ajudar a manter o cérebro ativo e saudável. Contudo, não é correto dizer que falar mais seja a única maneira de prevenir a perda de memória.
“Falar mais previne doenças mentais e reduz o estresse”: Há evidências de que a interação social regular pode reduzir o risco de depressão, solidão e isolamento, que são fatores associados a doenças mentais. Conversar é uma forma de expressão emocional que pode aliviar o estresse. No entanto, prevenir doenças mentais é mais complexo e envolve múltiplos fatores, como saúde física, social, psicológica e genética.
“A fala exercita os músculos da fáce, garganta e pulmões”: Isso faz sentido até certo ponto. Falar envolve músculos da face, língua e garganta, o que pode contribuir para manter a musculatura ativa. No entanto, o impacto disso sobre vertigem, surdez ou outras condições mencionadas no texto é altamente questionável e não tem suporte científico direto.
“Falar ativamente previne a doença de Alzheimer”: Essa afirmação é incorreta. Não há evidências científicas de que falar ativamente seja suficiente ou exclusivo para prevenir a doença de Alzheimer. Embora a interação social seja benéfica para a saúde cerebral, o Alzheimer é uma doença multifatorial, influenciada por fatores genéticos, biológicos, ambientais e de estilo de vida. Atividades como exercícios físicos, uma dieta saudável, desafios cognitivos e controle de fatores de risco como hipertensão são recomendadas para reduzir o risco.
“Reuniões semanais para idosos são recomendadas”: Isso é uma sugestão positiva e apoiada por especialistas em geriatria e psicologia. A interação social regular promove bem-estar, reduz o isolamento e incentiva a troca de ideias, o que pode ser benéfico para a saúde mental e emocional dos idosos.
Veredito Final: O texto contém alguns elementos que são cientificamente plausíveis, mas ele exagera ou distorce certas informações, especialmente ao sugerir que falar mais é a única maneira de prevenir doenças como Alzheimer.
O ideal é considerar o texto como uma motivação para estimular a interação social entre idosos, mas não como um guia médico ou científico.
Matéria produzida pelo Núcleo de Produção da Repápi para o Portal Idosonius.com Locução Francisca Virtual